Análise: One Piece (volume 3)


Autor: Eiichiro Oda
Gênero: Ação, Aventura, Comédia, Drama, Fantasia
Período de Publicação: 1997 - Em andamento
Serialização: Weekly Shonen Jump (Editora Shueisha) / Panini Comics
Número de Volumes: + 75

VOLUME 3 - NÃO VOU NEGAR

Sinopse: O Pirata Buggy revela o que o torna tão temido e conta ao Luffy a sua época de juventude ao lado de Shanks! E a Nami? Será que Luffy e Zoro conseguirão convencê-la a se tornar a navegadora deles?

ATENÇÃO: Essa matéria contém spoilers (revelações) sobre a história. Se você não leu ainda, por favor não continue! Este blog não se responsabiliza pelas consequências.


Finalmente retornamos com uma matéria que move de fato o tema do blog depois daquele longo hiato de postagens, nada mais justo do que retornar as análises com um dos mangás que mais admiro e me divirto durante a leitura, já são 7 longos anos acompanhando a série e quando tivemos o anúncio a republicação fiquei muito feliz, fato que possibilitou colecionar os volumes brasileiros semelhantes aos originais, e não aquela edição picada da Conrad, como já expliquei na análise do volume 1.

A partir daqui vou tentar adotar um estilo diferente de análise, até aqui narrei vários fatos para ajudar os iniciantes a entenderem um pouco da dinâmica do mangá, acredito que se você chegou até a leitura do volume 3 gostou do que viu e espera algo mais pontual do que repetição daquilo que já foi visto nos quadrinhos. Em relação aos aspectos técnicos da edição, manteve-se a qualidade que a Panini Comics adotou para a série, o jogo de cores do logo e do fundo funcionaram muito bem, acho essa uma das capas mais estilosas e bonitas do título, caso alcance as edições mais atuais aponto quais são as mais legais publicadas durante os anos.


O volume anterior revelou que Buggy conhecia Shanks, neste entendemos através de um flashback a relação cômica dos dois, não poderia se esperar menos, o palhaço destaca-se pela quantidade de trapalhadas tanto no passado como no presente. A luta dele com Luffy é a tônica dessa definição, foi divertida e mais breve do que se esperava, a diferença de força estava evidente desde o princípio. One Piece mostra como seus personagens, apesar de seus distintos objetivos, tem princípios, Buggy e Nami são ambiciosos e trazem consigo aquele lado clássico da pirataria, saquear é o que os move; já Shanks e Luffy vivem o ideal, um de vivenciar o que o mundo tem a oferecer, o outro almeja alcançar o tesouro mais valioso que existe, essa diversidade de personalidades e determinações amplia a gama dos personagens que surgirão.


Outro destaque destes capítulos iniciais do volume é o orgulho de ser uma ladra da Nami, lembra até um pouco da famosa história de Robin Hood e daquela frase: "ladrão que rouba de ladrão tem cem anos de perdão", talvez haja algo mais nobre nessa atitude da navegadora do que se aparenta. Para fechar esse arco do Buggy, como é forte a representação do chapéu de palha, pode até não parecer, ele representa o vínculo de amizade e o alicerce do sonho de Luffy, um impulso de que ele precisa seguir em frente, tornar-se um grande pirata e devolver aquele símbolo para seu grande referencial nesta aventura pelos mares, por isso ele ficou tão irritado.

A história entre arcos de Gaimon foi engraçada e emocionante, bateu uma pena de ver um pirata ficar naquela situação justamente por almejar tanto e não pode alcançar, mas ao mesmo tempo vemos uma lição de que não se deve desistir do que acredita mesmo que já saibamos o resultado, aceitar o que vem ao nosso encontro também faz parte do processo de aprendizado e serve como alicerce para construirmos nossos sonhos. O resumo disso vem através da ironia quando Gaimon desdenha da existência do One Piece e fala do seu apego pelo tesouro, é tão sútil que o personagem não percebe que se não fosse a aparição e auxílio improvável de Luffy e Nami jamais ele teria certeza do conteúdo dos baús. Oda e as entrelinhas...

A transição entre as sagas é tão natural que tivemos três em uma mesma edição! A diagramação, organização dos quadros na página, ajuda muito nesse ritmo de leitura, principalmente para aqueles que são principiantes em mangás. Uma diagramação mal feita pode afastar leitores mais que gente feia e isso muitas vezes passa batido por quem desenha um mangá. Usopp é a personificação japonesa do Pinóquio, até o nariz é semelhante, além das mentiras inocentes que nos leva a pensar que quando dizemos algo em excesso as pessoas podem acreditar cegamente no que dizemos ou desacreditar totalmente, esse contraste é presente no personagem e no mordomo Klahador, que aparentemente é confiável, inclusive para sua patroa Kaya.


A postura de Usopp é outro indicador de que precisamos acreditar em nossos princípios independente do que os outros digam, a provocação externa precisa ser ignorada para não perdermos o verdadeiro foco da caminhada. Qualquer um que não tem sangue de barata ou preparo reagiria daquele jeito, ainda mais quando a ofensa é dirigida a parentes, felizmente Luffy conhece o pai dele e descreveu um pouco a respeito de sua personalidade e caráter. Por mais que se tenha uma informação absurdamente verdadeira, não ter a confiança e credibilidade acaba criando uma barreira para que mensagem alcance os interessados, maior prova disso foi a descoberta do plano do Capitão Kuro e o esforço para evitar o sucesso do mesmo com Usopp tentando avisar todos os habitantes da vila inutilmente.


Para coroar o show de referências desse volume, quem é esse Jango, hein? Como não rir com essa figura hilária e bizarra que nos lembra Michael Jackson? Esse arco prima pela facilidade de criar situações engraçadas, ainda mais com a presença do trio de crianças. Em falar sobre presença, Zoro ficou meio apagado nessa edição, limitou-se a sonecas e refeições! Logo teremos alguma luta para ele acordar.

O que fará Usopp para salvar os moradores da vila e Kaya? Luffy vai acordar a tempo de evitar a invasão dos Piratas de Kuro? Confrontos e muita hipnose à vista!!


Gostou do post? Em caso de dúvidas, críticas e/ou sugestões para melhorar a análise dos próximos volumes, deixe seu comentário.

Até o próximo volume!

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